Mas já adianto que não é fofoca, apenas surgiu a necessidade.
Quer dizer, eu estou vendo gente levando pedrada na cabeça e também gente sendo impedida de existir, além de gente sendo mandada para lugares pouco amistosos e gente que não pode ser o que é.
Não está bonito. Pior ainda, tudo em nome de certa pessoa.
Eu já sou cristão desde antes dos meus blogs sequer serem uma ideia na minha cabeça, e isso não é vergonha para mim, nem motivo de orgulho. Eu apenas sou. Faz parte da minha pessoa. Você que está aqui desde o primeiro post do Não Sei Lidar nunca me viu falando ACEITEM JESUS, SEUS PECADORES, VENHAM PARA A LUZ porque 1) eu total acho esquisitão querer enfiar uma pessoa que vocês nem conhecem na vida de vocês e 2) gente, quem sou eu pra saber da vida alheia?
Mas precisamos falar sobre Jesus. Eu preciso para me posicionar na vida, talvez vocês precisem para entender melhor como as coisas realmente deveriam funcionar e saber que essa bagunça toda que está aí é bem sem sentido.
Resumindo bastante a mitologia cristã*: Deus criou as pessoas para viverem com ele para sempre. E era todo mundo bom, aquele clima de amor, amizade, todo mundo feliz. Deus é amor, e aquelas pessoas correspondiam a esse padrão tão elevado de bondade. Até o dia que deu ruim com aquela história de fruto proibido e serpente no Jardim do Éden, e Deus teve que "Gente, desculpa, não dá pra gente viver junto, o amor morreu aí em vocês".
E desde então o ser humano viveu separado de Deus. As pessoas ficaram tão contaminadas com elas mesmas que geraram maldade, violência e uma falta de amor arrasadora. E, assim, mesmo quando as pessoas não eram PÉSSIMAS, elas também não eram AMOR PURO, como eram quando estavam com Deus. Você já tentou ser 100% bom? Tipo, o tempo todo? É uma realidade: Mesmo quando queremos ser BONS, não conseguimos. Tá no corpo, no sangue, sei lá. Segundo o padrão de Deus, que é a bondade suprema, ninguém é bom. Ou seja, a gente nunca ia voltar para ele. Pior, seríamos condenados justamente pelas nossas más ações.
Enquanto as pessoas estavam aqui tentando ser boas sem nenhum sucesso, Deus meio que "Ok, já deu. Elas já entenderam que nunca vão conseguir, vamos lá fazer do jeito certo". E é aí que Jesus entrou na (nossa) história.
Jesus veio e foi condenado (na cruz) no lugar de todo mundo. Ele simplesmente pagou o pato por GERAL, porque ninguém tinha condições de se garantir. Ele não perguntou de onde a pessoa era, quem era, o que havia feito, nada. Ele mesmo não tinha nenhuma má ação no currículo, ele só sofreu a justiça pelas outras pessoas. Ele só foi lá e FEZ.
Agora, atenção nessa parte, ficou claro o que Jesus REALMENTE fez? Vocês notaram as consequências? Não? Eu conto.
Quando alguém fica se achando a última bolacha do pacote, querendo olhar os outros de cima, ou quando apontam para uma pessoa e dizem que ela não é boa, que não merece amor, perdão, que não merece viver, quando alguém se acha merecedor de alguma coisa, quando dizem "Eu sou bom, mas você é ruim", as pessoas estão simplesmente cagando para Jesus.
Amigo, desculpa te dizer, MAS ESTAMOS TODOS NO MESMO BARCO. Você não é 100% bom, eu também não sou. Num tribunal de Deus, eu seria condenado como qualquer outra pessoa. Você é o santão, que nunca faz mal, que nunca ofende, que nunca pensa em apenas si mesmo, que ama todo mundo, que ajuda todo mundo, jura?
Ah, não? ¯\_(ツ)_/¯
Então que tal ficarmos quietinhos, aceitando nossa imperfeição e entendendo que, pra Deus, todo mundo é igual? Sim, exatamente, as pessoas que atacaram a menina do candomblé com pedradas, a própria menina, eu que estou escrevendo esse post, você que está lendo... TODO MUNDO. E só por causa de Jesus, que nivelou as pessoas, recebendo a condenação na cruz por todas.
Ninguém merece ir para o céu, porque, aqui na Terra, a gente nunca vai conseguir alcançar o padrão de Deus. Não tem mais a ver com o quanto você é bom, com o que você fez, faz ou deixou de fazer. É tudo sobre quem Jesus é.
Ele veio, pregou o amor, um amor que vai muito além de ser bonzinho, falou contra os religiosos da época que se achavam os donos da razão e eram super hipócritas (algo mudou?). Ele não mandou violentar ninguém, ele não mandou que julgássemos uns aos outros, ele não disse para montarmos uma lista de "Pode" e "Não Pode". Ele demonstrou empatia, honestidade, caridade e amizade. Só coisa boa. Como transformaram isso numa metralhadora de VOCÊS VÃO PRO INFERNO, FILHOS DE SATANÁS, eu realmente não sei. Eu, por mim mesmo, não garanto nem minha própria pessoa ao lado de Deus, imagina dizer quem vai e quem não vai para o céu?
Jesus só chamou as pessoas para um relacionamento com Deus. Uma ligação que já existia antes, mas que foi partida. Agora, Jesus deu a oportunidade de, quem quiser, retomar a conexão. A Bíblia diz que a vida eterna é que conheçam a Deus. Nada de regras, de julgamentos, nada de pedir dinheiro, nada de coerção, de violência, de insanidade... Só um relacionamento. Entre duas pessoas. Deus e eu, Deus e você.
Não adianta nada eu falar do quão bom Jesus é, eu sei, a gente só pode demonstrar e praticar as coisas do jeito que ele ensinou, vendo com nossa própria vivência que tudo o que ele disse realmente funciona e faz bem. Eu me sinto um ser humano menos destrutivo do que eu era ontem a cada dia. Eu amo esse relacionamento, mas, quem não quer, vida que segue.
(* Eu chamo de mitologia cristã porque, mesmo que pra mim seja uma verdade, eu prefiro falar de forma imparcial para favorecer o debate e respeitar outras crenças. Até porque o ponto aqui não é se Deus existe, se Jesus é real, etc. É só que, sendo Jesus real ou pura invenção, fazer o mal para outra pessoa não o representa de forma alguma)
Só lembre disso toda vez que uma pessoa cristã fizer você se sentir mal ou se você é cristão, mas está se sentindo o ser humano mais horrível do mundo por não ser "bom o suficiente".
Se foi bom pra você, eu ficaria muito grato se você apenas compartilhasse esse texto naquela sua timeline do Facebook, que, muitas vezes, chega a ser deprimente.
Estamos entendidos? Obrigado pela atenção :)
***
Só lembre disso toda vez que uma pessoa cristã fizer você se sentir mal ou se você é cristão, mas está se sentindo o ser humano mais horrível do mundo por não ser "bom o suficiente".
Se foi bom pra você, eu ficaria muito grato se você apenas compartilhasse esse texto naquela sua timeline do Facebook, que, muitas vezes, chega a ser deprimente.
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Estamos entendidos? Obrigado pela atenção :)
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Você tem toda razão. Precisamos falar de Jesus até porque a única maneira das pessoas aceitarem-no é conhecendo-o e para isso precisamos falar sobre Ele. E eu não posso simplesmente sair acusando as pessoas de que irão para o inferno porque e eu lá sei o que vai acontecer até a pessoa morrer? De acordo com a Bíblia, quem não aceitar a Cristo vai para o inferno, isso quer dizer que se a pessoa aceitar a Jesus um segundo antes de morrer, ela vai para o céu, independente do que ela tenha feito ou deixado de fazer enquanto viva. Sem contar que eu não sou Deus, eu não posso olhar dentro do coração das pessoas pra saber como anda o relacionamento delas com o Criador. Muitos cristãos precisam aprender a diferença entre pregar a Palavra de Deus e CONVIDAREM as pessoas a aceitarem Jesus e IMPOR a nossa religião aos outros.
ResponderExcluirEstou fazendo um curso de evangelismo e discipulado infantil e uma coisa que eu achei bem legal é que eles reforçam muito a ideia de tomar cuidado para não manipular a criança. Que não podemos assustar os guris com ideia de eles irem para o inferno (em vez disso a gente explica sobre ficar separado para sempre de Deus) ou dizer que gostaríamos que eles aceitassem a Jesus ou que os pais deles ficariam felizes se eles fizessem isso ou insistir mesmo eles tendo dito que não querem aceitar a Cristo etc. Fazer isso seria impor nossas crenças a elas e isso é errado.
Eu só não concordo quando você diz que não pode garantir a sua salvação porque a Bíblia te dá garantia disso. Ela deixa bem claro que quem receber a Cristo se torna filho de Deus e que Deus nunca nos abandonará. Duvidar disso às vezes é normal, mas se tem alguém que pode dizer como anda seu relacionamento com Deus e que você é salvo, esse alguém você mesmo.
"E eu não posso simplesmente sair acusando as pessoas de que irão para o
ResponderExcluirinferno porque e eu lá sei o que vai acontecer até a pessoa morrer?". Eu vou mais além do que isso. Eu teria que estar dentro da cabeça e corpo da pessoa para saber o que se passa com ela. Um ato isolado não diz nada. A pessoa pode ter matado alguém segundos atrás, mas eu desconheço as circunstâncias, os motivos, o que a levou a cometer uma coisa que me parece tão ruim, não sei como ela se sente em relação a isso (achou bom? foi forçada? está arrependida? foi no susto?). Simplesmente não cabe a mim julgar ninguém (Até porque, convenhamos, de nada isso me importa).
Eu nem considero o inferno como algo importante. Quer dizer, não é por causa do inferno que vc vai querer conhecer Jesus. É porque Deus é bom e não porque vc tem medo do que pode te acontecer no futuro.
Eu particularmente não gosto muito de FALAR de Jesus com pessoas que ainda não o conhecem, porque eu sinto que, sem a vivência, parece que estou falando um monte de lorota. O que mais falta é gente DEMONSTRANDO Jesus, as pessoas assimilam tão melhor. Mas, sim, é necessário falar, por isso eu decidi fazer esse post.
Nossa, gente, que horrível assustar criança com o inferno!
Sobre a sua discordância, eu bem achei que podia ser mal interpretado nesse trecho, até coloquei um "por mim mesmo" para ver se melhorava. Eu quis dizer que eu, sozinho, pela minha própria capacidade, não ponho nem o pé no céu. Mas com Jesus, sim, claro :)
Mas adorei isso: "se tem alguém que pode dizer como anda seu relacionamento com Deus e que você é salvo, esse alguém é você mesmo" <3
Exato! Outro dia estávamos comentando no curso que se Hitler tiver se convertido 1 segundo antes de morrer ele está no céu e we gotta deal with it.
ResponderExcluirEu acho o inferno importante, ou melhor, é importante se falar sobre ele sim, mas não chega nem aos pés da importância de (se falar sobre) Deus/Jesus. E no caso das crianças, é preciso tomar mais cuidado por elas serem impressionáveis. A ideia do inferno seria algo que elas aprenderiam com calma, com o decorrer do tempo. Mas a princípio, em um evangelismo individual ou em uma primeira conversa, a gente deve falar sobre estar separado de Deus, então quando a criança se converte é justamente porque ela quer ficar perto de Deus.
Muitos das pessoas que fazem curso comigo comentaram que se converteram com medo do inferno e que só depois de crescidos é que eles foram realmente entender que o foco não é fugir do inferno. Eles tiveram sorte, mas muita "conversão" infantil por medo do inferno acaba dando em merda depois que essas crianças crescem. :(
Tem uma frase que gosto muito que diz assim:
“SE EU TE ADORAR POR MEDO DO INFERNO, QUEIMA-ME NO INFERNO, SE EU TE ADORAR PELO PARAÍSO, EXCLUA-ME DO PARAÍSO, MAS SE EU TE ADORAR PELO QUE TU ÉS, NÃO ESCONDA DE MIM A TUA FACE!” - Rabia, 800 d.C. [Só conhecia o começo, fui pesquisar no google quem falou isso e achei o resto da frase. Só não sei quem foi essa(esse?) tal de Rabia.]
Eu também não gosto muito de falar, sempre pensei como você, que é melhor eu demonstrar Jesus através da minha vida. Mas aprendi que nem sempre isso é suficiente e que para que muito conheçam a Jesus eu preciso apresentá-lo antes. Como você disse no post, temos que nos posicionar. Agora entre falar com adultos ou crianças ou prefiro as crianças. Sou péssima evangelizando adultos (falo com eles como se eles fossem crianças). Qualquer atividade que envolva evangelismo na rua pode ter certeza que eu estarei no grupo que vai atrás dos guris para conversar.
Ah tá! Agora entendi. Sendo assim, eu concordo com você.
"Fazer o bem sem olhar a quem." Puta bagulho difícil, mas se grande parte entendesse (e ao menos tentasse seguir) os problemas do mundo seriam muito menores.
ResponderExcluirCompartilhei.
ResponderExcluirIsso me lembrou algo que uma das crianças da catequese mandou pra mim esses dias: um video do Feliciano, condenando a parada gay e com a seguinte legenda "Tia, olha o isso. Fala de viado.".
Como responder a isso, né?
Enfim, ótimo texto, como sempre, Felipe. ;)
Eu olho pra Hitler e também nem julgo, sabe? Parece remotíssima a chance dele ter um relacionamento com Jesus, mas quem sou eu? Dele, eu só conheço fatos que me contaram. Não convivo com ele, não sei do passado dele, nada. Parece bem horrível, mas, ainda bem, não sou eu quem tem que julgá-lo.
ResponderExcluirO inferno faz parte da mitologia cristã, então, sim, é importante falar sobre a nível de informação. Eu quase postei aqui essa frase que vc postou (Eu já a vi creditada a vários autores Hahahah)! Acho linda e real. Usar o inferno para atrair as pessoas é tipo uma cultura de medo e ameaças. Apenas triste e decadente.
Nem vou comentar muito sobre este assunto, porque me tira do sério facilmente o quanto cristãos estão se impondo na vida alheia.
ResponderExcluirNão vou negar, eu o julgo.
ResponderExcluirConcordo. Não sei o que é pior tentar "converter" as pessoas através do medo do inferno ou da ideia de uma vida cristã romantizada baseada na riqueza, aka teologia da prosperidade.