Tudo começou comigo pedindo para minha mãe iniciar o movimento contra o patriarcado aqui em casa e me ensinar a fazer arroz. Eu sabia que esse dia iria chegar. O arroz é a coisa mais básica da arte de cozinhar, então eu tive que começar por ele na minha jornada pela independência.
Nem vou tripudiar muito sobre o fato de que é meio que uma falha de caráter não saber fazer um arroz tendo mais de 20 anos, mas, né, antes tarde do que mais tarde.
Nem vou tripudiar muito sobre o fato de que é meio que uma falha de caráter não saber fazer um arroz tendo mais de 20 anos, mas, né, antes tarde do que mais tarde.
LOGO DE CARA, um desafio: minha mãe me deu uma panela velha, sem cabo, muito difícil de lidar. No mínimo, ofensivo. Ela achou que eu fosse o quê, explodir uma panela nova? Mas vida que segue. Se eu desistisse já no primeiro obstáculo, não seria digno daquele arroz.
Uma dificuldade foi entender as medidas, porque cozinhar parece ter muito de conhecimento tácito, aquelas coisas que a pessoa simplesmente sabe, mas não consegue explicar.
Por exemplo, eu piquei o alho num troço que gira (Eu que comprei) (Sim, não cozinho, mas compro bugigangas que parecem fascinantes), coloquei na panela e precisei pôr óleo.
- Quanto de óleo, mãe?
- Só um pouco.
- Pouco quanto?
- Pouco, ué. Não precisa pôr muito.
- Mãe, quantas colheres de óleo? Uma, duas?
- Essa quantidade aí está boa.
- Ok... E quanto tempo eu deixo o alho fritando na panela?
- Deixa até ficar douradinho.
- ¬¬
E por aí foi. "Põe um pouco mais", "Deixa mais um tempinho", "Tira um pouquinho do sal", "Não deixa ferver muito", "Desliga o fogo quando tiver pouca água".
- Mas, gente, não era melhor usar um cronômetro e uma quantidade que sempre dá certo?
- Não.
Tivemos um pequeno impasse quando fui ver se ainda tinha água no fundo do arroz e abri com uma colher.
- FELIPE.
- Oi?
- É com o garfo que se faz isso.
- Mas, mãe, tanto faz, né? Dá pra usar a colher também.
- Não, é com o garfo.
- Mãe.
- Garfo.
LIÇÃO APRENDIDA: DEMORA MUITO (tentem adivinhar quanto tempo é "MUITO". Chato, né?). Não sei como a humanidade sobreviveu esses anos todos passando horas na cozinha.
RESULTADO: Ninguém morreu depois de comer, então acho que deu certo. O meu primeiro impulso foi nem comer, sabe. Queria deixar ali na panela, branquinho e Soltinho™ para guardar como recordação. Tem como emoldurar um arroz?
PRÓXIMOS PROJETOS: Agora eu quero fazer feijão. E coisas estranhas, tipo "molho madeira". E uma comida bem exótica com receita tirada da internet que só eu saberei fazer por aqui. Sempre quis dizer "Ah, é minha especialidade rsrsrsr". Ninguém precisa saber que é a única coisa que sei.
PRINCIPAL DESAFIO:
Uma dificuldade foi entender as medidas, porque cozinhar parece ter muito de conhecimento tácito, aquelas coisas que a pessoa simplesmente sabe, mas não consegue explicar.
Por exemplo, eu piquei o alho num troço que gira (Eu que comprei) (Sim, não cozinho, mas compro bugigangas que parecem fascinantes), coloquei na panela e precisei pôr óleo.
- Quanto de óleo, mãe?
- Só um pouco.
- Pouco quanto?
- Pouco, ué. Não precisa pôr muito.
- Mãe, quantas colheres de óleo? Uma, duas?
- Essa quantidade aí está boa.
- Ok... E quanto tempo eu deixo o alho fritando na panela?
- Deixa até ficar douradinho.
- ¬¬
E por aí foi. "Põe um pouco mais", "Deixa mais um tempinho", "Tira um pouquinho do sal", "Não deixa ferver muito", "Desliga o fogo quando tiver pouca água".
- Mas, gente, não era melhor usar um cronômetro e uma quantidade que sempre dá certo?
- Não.
Tivemos um pequeno impasse quando fui ver se ainda tinha água no fundo do arroz e abri com uma colher.
- FELIPE.
- Oi?
- É com o garfo que se faz isso.
- Não, é com o garfo.
- Mãe.
- Garfo.
LIÇÃO APRENDIDA: DEMORA MUITO (tentem adivinhar quanto tempo é "MUITO". Chato, né?). Não sei como a humanidade sobreviveu esses anos todos passando horas na cozinha.
RESULTADO: Ninguém morreu depois de comer, então acho que deu certo. O meu primeiro impulso foi nem comer, sabe. Queria deixar ali na panela, branquinho e Soltinho™ para guardar como recordação. Tem como emoldurar um arroz?
PRÓXIMOS PROJETOS: Agora eu quero fazer feijão. E coisas estranhas, tipo "molho madeira". E uma comida bem exótica com receita tirada da internet que só eu saberei fazer por aqui. Sempre quis dizer "Ah, é minha especialidade rsrsrsr". Ninguém precisa saber que é a única coisa que sei.
PRINCIPAL DESAFIO:
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Motivos para compartilhar esse texto:
1) Você simplesmente achou engraçado e quer que outras pessoas leiam
2) O texto foi bom para você, e você quer retribuir, mas não tem dinheiro para me dar
3) Você se identificou, porque sua mãe também é controladora e hilária (Marque ela!)
4) Você é um arroz e se sentiu bem representado na história
Obrigado!
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Segue link de consolo, você provavelmente nunca falhará tanto na vida quanto essas pessoas hahahaha: http://www.buzzfeed.com/gasparjose/nao-fazem-ideia-de-como-seguir-uma-receita?bftw&utm_term=4ldqpfs#.ecqdQxzvzX
ResponderExcluirGente, acho muito curioso como todos falam das mães na cozinha da mesma forma, controladoras e blá... Minha mãe nunca interferiu nas minhas comidas não xD hahaha Em compensação na forma que eu lavo panela só Jesus...
Boa sorte com os próximos passos na caminhada pelo maravilhoso mundo da cozinha! E lembre-se, panelas de pressão são suas amigas! (E não armas de destruição em massa, como a maioria parece achar :p)
CHOREI com o link do buzzfeed HAHAHAHAHAHAHAH (Mas não me desafie, eu vivo me superando)
ResponderExcluirEu sinto que a minha mãe não quer que eu aprenda e/ou fica irritada quando eu quero mexer no jeito dela trabalhar Hahahahah Parece que ela cozinha há milênios e só tem um jeito da coisa toda ser feita direita.
Tem certeza que panelas de pressão não são armas? Elas não me passam confiança ainda, sinto que ficam esperando o momento certo de explodir na minha cara.
Eu faço arroz de ouvido (Sim, eu escuto quando o arroz tá pronto) pra não precisar mexer nele. Pior coisa é mexer num arroz que não tá cozido. Ele solta todo o amido na água e vira uma papa.
ResponderExcluirEu não frito o arroz, nem uso óleo, nem água quente, nem alho. Tempero só com sal. E comigo não tem olhômetro. É proporção perfeita. 1 de arroz para 2 de água (ou 3, se o arroz for integral). Fica pronto em vinte minutos!
Mas, gente, isso é tipo um superpoder? oO
ResponderExcluirMinha mãe ia queimar você na fogueira se entrasse na cozinha dela com essas bruxarias, mas fiquei realmente interessado nessa técnica que só vai sal.
Com o tempo eu aprendi o barulho que o arroz faz quando está cozido. Existem três barulhos: Arroz com água borbulha. Arroz seco faz um chiado leve. Arroz queimado crepita.
ResponderExcluirSobre a técnica. Despejo o arroz, a água, o sal. Tampo e cozinho em fogo médio. Quando estiver quase totalmente seco (borbulhos leves ou chiados), apago o fogo e abro a tampa. Deixo o vapor sair. Fecho a tampa e deixo descansar por 5 minutos.
A impressão é que o arroz ainda está cru quando vc abre a tampa, mas os vapores desses 5 minutos terminam de cozinhar. Ele fica soltinho, com o cozimento ideal.
Toca aí, parcero, tb só aprendi a fazer arroz depois dos 20...! :P
ResponderExcluirComigo tb não foi tão simples! Minha mãe foi me ensinar com uns paranauê que eu fiquei tipo você... As medidas dela tb ficavam no "muito", "um pouquinho", "tá bom já"...
Mãe: "Deixa o alho fritar, mas não muito, pq se ele dourar o arroz não fica tão branquinho" *Alho mais ou menos frito, seja lá o que for isso* "Agora coloca o arroz e refoga junto com o alho, até o arroz ficar fritinnho."
Eu, perplexa: "Arroz frito, mãe?! Como é isso?"
Mãe, com cara de ´não é óbvio?': "Ah você vai ver é simples"
Mas a parte mais complexa mesmo foi a da água, sem dúvida!
Eu: "Quanto de água, mãe?"
Mãe: "Ah, só o suficiente pra cobrir e passar mais ou menos um dedo da altura do arroz. Aí é simples, deixa no fogo máximo e vai vigiando, quando a água chegar no nível do arroz, bota o fogo pro mínimo, espera mais, quando parecer que está seco desliga o fogo e deixa terminar de cozinhar no vapor. Mas atenção, pq se não secar o suficiente fica papa, mas se secar rápido demais fica crocante. Mas é muito simples..."
Cara. Quase tão complicado quanto uma cirurgia, como vc obviamente pôde perceber. E com a minha mãe não tem essa de colocar colher / garfo / whatever na panela pra saber se a água secou. Com ela o negócio é na intuição mesmo! :P
No mais, estou até hoje tentando entender o que é isso de deixar o arroz "fritinho" antes de pôr a água. Enfim. :P
Mas a parte boa é que qdo vc menos perceber a parada fica intuitiva, haha... hoje em dia já faço o arroz de boa sem passar por esse checklist gigante, e nem erro (bom quase nunca, pelo menos)
Tomara que na próxima ela te libera uma panela melhor, já q vc obviamente não explodiu a panela velha.
Sobre próximos projetos: ACHO FAZER FEIJÃO MUITO MAIS FÁCIL QUE FAZER ARROZ, FATO. Feijão >>>>>>> Arroz.
E molho madeira, cara... muito trabalho, tem que por vinho e sei lá mais o que, e nunca temos vinho madeira em casa e blablabla. Sou mais comprar o da Fugini que é uma delícia, fica a dica. (propaganda)
Att!
Um superpoder seria uma realidade mais interessante, MAS bom saber. Vou começar a reparar.
ResponderExcluirParece tão prático! E economiza tudo. Tentarei no meu segundo arroz.
"Mas é muito simples" HAHAHAHAHAHAHAH
ResponderExcluirEu notei que tinha medidas (quantidade de água, por exemplo) que ela NÃO SABIA DIZER. Mesmo encurralada na parede, ela não consegui pôr em números. Daí eu tive que observar e calcular eu mesmo. Uma doideira! rs
Eu também fiquei "UÉEEE" com o alho, com isso de "ficar douradinho". E meio que nem ficou, sabe. Quando ela disse que o alho já estava ok, eu "Mas, mãe, tem uns meio brancos ali ainda", e ela: "Não, tá bom". Tipo??? Não tem lógica. Achei caótico.
Anotei tudo o que fiz dessa primeira vez, só para garantir. Espero alcançar o nível de fazer na intuição.
Jura que feijão é mais fácil? Parece que é mais, sei lá, temperado.
Eu fiquei MARAVILHADO com o molho madeira quando comi num restaurante meses atrás. Eu geralmente não ligo pra comida, mas o molho foi algo que eu REALMENTE gostei. Fiquei obcecado, principalmente pelo fato da minha mãe não ter ideia de como o troço é feito. Eu pesquisei na internet e vi que vai vinho, shoyo e outras coisas... Meio complicado, mas achei tão bom que talvez valha a pena só pra ver a reação das pessoas daqui. Mas anotando a dica da Fugini, porque eu não tinha achado pra comprar Hahahahahahah Pede comissão :D
Eu aprendi a fazer arroz com 25, então tá tranquilo, Felipe. kkk
ResponderExcluirMas eu já sabia fritar ovo, ferver leite e fazer pipoca. ;P
Minha mãe é tranquila me ensinando as quantidades. Ela mostra com calma e paciência e diz assim: "é esse tanto", "aí tu bota esse outro tanto daquilo" e vai mostrando com os utensílios que tem, aí eu gravo os tantos e tempos e pronto.
Demorou quanto? Eu faço arroz em menos de 1h. kkkk
Mesmo sabendo fazer várias coisas já, não sou muito interessada em cozinhar salgados. Gosto de fazer bolo e mousse de maracujá - que é o que eu amo comer.
Mas tenho a meta de aprender a salgar macarrão, que é só a minha comida preferida da vida! e a única vez que fiz sem a ajuda da Mami ficou insosso. Pelo menos o molho que eu botei ajudou a disfarçar a falta de sal. kkkk
Ei Felipe,
ResponderExcluirIa te mandar o mesmo link do buzz hahaha, chorei de rir. Ai vi no comentário ai embaixo.
Bom, eu ainda não sei fazer arroz hahaha então quem sou eu pra falar rs. Adorei as tentativas e as descrições de medidas no post, adorei sua mãe kkkkkkkk
bjs
Nós Podemos ajudar a solucionar os problemas com a cozinha :)
ResponderExcluirhttp://www.fugini.com.br/produtos/detalhes/lasanha-a-bolonhesa-400g/
Agradecemos pela sugestão e ficamos felizes em saber que goste do nosso molho madeira.
ResponderExcluirCreio que tenha vista a gama de produtos gourmet em nosso site.
http://fugini.com.br/produtos/detalhes/molho-cheddar-sache-260g/
QUE BRUXARIA É ESSA
ResponderExcluir:O
Eu também sei fazer miojo, acho que conta :D
ResponderExcluirDemorou menos de 1h, com certeza, mas, pra mim, pareceu uma eternidade, ainda mais que estou (mal) acostumado a só comer, uma tarefa tão simples. A gente passa mais tempo cozinhando do que comendo.
Eu nem tenho um interesse real em cozinhar, tem gente que AMA. Pra mim, é só mais trabalho. Mas eu quero aprender o básico para sobreviver e, quem sabe, algumas coisinhas especiais.
Queria entender como funciona isso da comida dar errado com a gente seguindo uma receita com os tempos certinhos.
Cozinhar demora mesmo. E é meio chato. Ficar pajeando panela não é nada divertido, apesar de que tem quem goste.
ResponderExcluirEu também só aprendi mais pela obrigação mesmo. Para ajudar em casa e tal.
Apenas rindo do publicomentário acima, tá ficando famoso, Felipe, pede um jabázinho para a Fugini.
ResponderExcluirEnfim, eu sempre gostei de cozinhar mas não uso medida pra nada, é tudo um pouco, uma pitada, vê aí quanto precisa. Aprendi a cozinhar assim com a minha mãe, mas ela tem aí 45 anos de prática em não medir nada, né? Eu tenho 15. Mas eu chego lá.
Uma vez na escola a gente estava falando de arroz e uma professora me chamou num canto, como se fosse contar um puta segredo:
"Paula, vou te contar um truque para você nunca mais errar no arroz: são duas medidas de água para uma de arroz."
Really, moça?