De 100 pontos, as que sabiam as regras acertavam mais de 80. As outras acertavam menos de 20. Independentemente do grupo, todas elas perguntavam quanto tinham acertado. Eu respondia, e logo vinha a outra pergunta: DE QUANTO? Eu mentia para todas.
- Fez 15 pontos! Parabéns!
- DE QUANTO, TIO?
- Acertou praticamente tudo!
- MAS VAI ATÉ QUANTO?
- Muito inteligente! Vai lá chamar o próximo.
- MAS QUAL É O...
- VAI LÁ.
Imagina se eu falo pra criança que tirou 7 que a nota máxima era 100. Fiz questão também de dizer que eram jogos diferentes, que o número de pontos mudava e tal. Era isso ou ver as crianças comparando os pontos e reparando na grande diferença que dava. Todas elas queriam ser as mais inteligentes, então eu deixei.
Eu vendo a galera com peças diferentes
Eu acho que funciona bem assim: A gente está de boa com os nossos, sei lá, 27 pontos de vida até esbarrar com alguém com um casamento de 20 pontos, uma casa de 18, um emprego de 51. Daí a gente soma tudo, faz a conta e, meu deus, nossa vida é um horror. OLHA COMO AQUELA PESSOA ESTÁ LONGE.
Mas, partindo do princípio que você quer o melhor para sua vida, você faz o que pode. Aquela pessoa é outra pessoa. Ela começou o jogo com outras informações, com outras peças. Vai ver, nem é o mesmo jogo. Você não é ela. Ponto. Comparar os pontos, se não for para te dar motivação, só serve para mimimi. Foque no seu jogo. Foque no que você é capaz de fazer com as informações e as peças que a vida te deu. Se vira aí, meu filho.
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A questão é: qual foi a sua nota? XD
ResponderExcluirNah, sério: melhor comparação ever.
"Ela começou o jogo com outras informações, com outras peças."
Fez meu dia mais feliz.
ResponderExcluirCaraca, Felipe, vai escrever um livro de auto ajuda, que você leva jeito! E ia ser um livro de auto ajuda LEGAL, o que convenhamos, é uma coisa rara, hahah... ;)
ResponderExcluirMuito bom o texto. Outro dia mesmo eu estava numa dessas de comparar meus "pontos" com os "pontos dos coleguinhas", e achando que eu tava perdendo feio (tá, ainda acho um pouco, pq largar velhos hábitos não é fácil), mas vc tem razão: fazer isso pelos motivos errados acaba rendendo muito mimimi. Felizmente eu já tinha chegado a essa conclusão antes, mas o teu texto colocou essa crise existencial de uma forma tão simples (e aqui entenda simples num contexto de BOM), que olha! :)
Tks! (y)
Será que eu fico batendo cabeça com ficção quando minha vocação é escrever autoajuda? Fica aí o suspense :P
ResponderExcluirAcho que a pegadinha nessa coisa de comparar os pontos é que a gente só vê coisa boa. Tipo, só vê o que as redes sociais mostram. Os empregos maravilhosos, o casamento perfeito, as viagens incríveis, mas não sabe todos os perrengues que acontecem por trás. De repente, aquela posição nem serve pra gente!
Obrigado pelo comentário :)
Oba!
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