Tem um episódio de Grey's Anatomy em que Izzie e George estão fartos de ficar na sombra dos outros médicos da série. Eles param e observam todo mundo correndo atrás das oportunidades, cada um do seu jeito feroz, e chegam à conclusão de que esse é justamente o problema deles dois: Eles observam, apenas. São watchers.
Se tem uma coisa que eu fui a minha vida toda, foi ser um watcher. E eu gostei de ser. Eu gosto ainda. Quando meu primo mais velho jogava os vídeo games modernosos dele, eu ficava feliz em apenas assistir o jogo, como se fosse um filme. Até recusava quando ele me deixava jogar, parecia complicado demais para mim. Eu nem tentava, verdade seja dita. Eu meio que levei esse comportamento pra vida e, com um pouquinho mais de insanidade, eu seria aquele menino de As Vantagens de Ser Invisível. O grande plot twist da minha vida é que eu topei com pessoas que fazem as coisas acontecerem.
Tanta desgraça generalizada que eu fiquei até com vergonha de dizer que, desculpa, gente, eu fui muito feliz em 2014. Mais do que nunca. Memória não é meu nome do meio, mas eu olho meu ano no Facebook para trás e só vejo as coisas boas. Minha primeira viagem, as pessoas maravilhosas que conheci, os livros que li, as mensagens que troquei, o mundo incrível das séries de TV, os encontrinhos onde conversar é a atividade principal e ninguém reclama, a sensação única de terminar o rascunho de um livro, os desafios que eu me propus e cumpri...
Claro que eu tive que dar meus pequenos passos, mas em quase tudo o que aconteceu teve um fazedor por trás. Eles estão sempre por perto. Os outros médicos que davam agonia em George e Izzie, os doers, os que fazem acontecer, os que trazem a existência um fato que nunca aconteceria sem uma forcinha.
Em 2014, eu fui muito convidado, muito apresentado a tal coisa, recomendado a fazer tal coisa, muito passivo. E tive um ano fantástico embarcando na aba de quem faz! Eu nem estou reclamando, veja bem. Mas a pulga na minha orelha é: O que acontece em 2015 se eu também convidar, se eu também marcar? O que acontece se eu for à Montanha, ao contrário de Maomé, e evitar um deslocamento de terra desnecessário e uma mudança geográfica homérica?
Então, eu poderia fazer uma lista com itens que jamais cumprirei, porém, vou deixar simples e manter em 2015 o pensamento de: Faça coisas, Viva pessoas.
Tá certo que Izzie e George fizeram um monte de cagada nesse episódio, mas é um risco que quero correr.
Então, eu poderia fazer uma lista com itens que jamais cumprirei, porém, vou deixar simples e manter em 2015 o pensamento de: Faça coisas, Viva pessoas.
Tá certo que Izzie e George fizeram um monte de cagada nesse episódio, mas é um risco que quero correr.
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Tem esse livro meio adolescente que eu tô lendo 'Popular: Vintage Wisdom for a Modern Geek' que é muito gracinha e fala um pouco sobre como a protagonista entende que ela precisava 'se colocar lá fora' para aproveitar melhor a vida dela.
ResponderExcluirEla segue as dicas de um guia de como ser popular dos anos 50 e percebe o tanto de oportunidade perdida porque não conseguia se aventurar e tinha vergonha e vivia sendo tímida/antissocial, porque ficava imaginando o que os outros pensariam dela.
Lembrei dos seus posts recentes e embora seja meio girlie, se você puder, leia =D.
Não só por eu ter admiração por títulos grandes, mas eu adorei o título desse livro :)
ResponderExcluirEu poderia citar uma dúzia de ficções com esse plot da pessoa que precisa se abrir mais, mas basta eu olhar meus últimos meses pra ver que faz bem mesmo.
tamo junto, Felipe.
ResponderExcluirSer um fazedor é bom, cuidado pra não viciar, hein :P
ResponderExcluirkkk nossa você é épico, e dramático também. Acho que você não ficou como observador você fez acontecer, aceitou entrar nas paradas, hehe aceitou viver e correr os riscos. Um ótimo 2015 pra ti!
ResponderExcluirComo se eu já não estivesse viciado no meu calendário :P
ResponderExcluirEstou achando muito interessante, mas já vejo que dá muito trabalho!
Olha que antes do ano passado eu mal aceitava as coisas. Acho que cada ano é um degrau :)
ResponderExcluirEu também sou um watcher, gosto de observar. Mas também tenho os meus momentos doers, só depende da minha motivação
ResponderExcluirDaqui a pouco tá criando planilhas.
ResponderExcluirSer watcher é tão mais fácil, mas tão fácil que, se deixar, me acomodo.
ResponderExcluirUm checkpoint ante de ler os posts anteriores.
ResponderExcluir- Survivor: Percebi que você poderia ter facilmente um vlog pela linguagem do seu texto. Estou muito curioso com Survivor.
- Careca: Sempre pensei e ficar careca de vez, mas deve dar tanto trabalho quanto ser cabeludo. Talvez me anime para testar.
- Pessoa certa: Você não foi magicamente a pessoa certa, você se tornou a pessoa certa. E isso é bem mais forte.
- Se vira meu filho: Inspiração!
- Pessoas que leem são mesmo mais legais: Não fiquei mais legal, porém criei uma empatia enorme com os presidiários graças a Orange Is The New Black.
- Big Picturização: Como um fanático por Podcast também diria que você poderia ter um. Gostaria de ouvir vozes conhecidas debatendo um assunto tão interessante.
* Agora entendo o sorriso da Monalisa.
Não acredito que você está lendo TUDO!
ResponderExcluirSobre fazer um vlog: Outras pessoas já me disseram o mesmo! Tenho até vontade em fazer um vídeo ou outro, mas acho que minha vocação é escrever mesmo. Vlog é bem mais trabalhoso (eu imagino).
Sobre Survivor: APENAS VEJA. Recomendo muito começar pela S29, Survivor Cagayan.
Sobre fazer um podcast: Também já pensei nisso, mas cai no mesmo que vlogs.
* Hahahahah
Cara, valeu MESMO por esse comentário. Fui pego totalmente desprevenido.