Ainda pensando na Susana Vieira, o X da questão é que a gente se importa demais com a opinião alheia. Somos, de certa forma, dependentes dos outros. Se a gente não deve opinar negativamente sobre a aparência alheia para não abalar a pessoa, é porque a pessoa é quem dá importância para o que a gente diz. Faz sentido? Um caminhão de insegurança na porta de cada um.
Já li mil textos em que os autores afirmam que se vestem para si mesmos, não é pra ganhar a aprovação de ninguém, nem pra fazer inveja, é porque sentem-se bem daquela forma e pronto. Acho que esse é o certo, mesmo, só que esse vago "sentem-se bem" me faz suspeitar de que há aprovações alheias embutidas. Você se sente bem porque está sendo aprovado por algum padrão de beleza. E nem precisa ser o padrão de beleza dominante. Quando você vê uma pessoa com um corte de cabelo esquisito ou uma roupa estranha, pode ter certeza de que em algum lugar, para algum grupo de pessoas, aquilo é legal.
Ou isso ou a pessoa é dessas desapegadas que não liga para nada (curto muito como entretenimento). Nem todo mundo sai de casa com a mente de quem vai pisar numa passarela. Às vezes, eu sou praticante do desapego. Quando alguém comenta da minha barba, por exemplo, eu nem ligo.
- Gente, e essa sua barba, vai fazer quando? Está grande demais! Tem que ficar bonitinho, com a barba feita.
- Não estou aceitando esse tipo de crítica no momento.
- Mas tem que fazer!
- ¯\_(ツ)_/¯
Acho que, sei lá, 1 em cada 100 pessoas não liga para a opinião dos outros. Eu nem conheço pessoalmente uma dessas pessoas. Isso nos deixa no mesmo lugar em que estávamos quando esse texto começou: Quanto mais você critica alguém, mais insegura a pessoa fica. E quanto mais insegura a pessoa fica, mais inoportuno você é.
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Então, deixa eu te falar, ando escutando algumas coisas sobre esse negócio de aparência. Conselhos. De gente que gosta de mim. E descobri (na verdade eu já sabia) que não ligo muito pra esse negócio mesmo. Mas cheguei à conclusão que o que me incomoda é quando as pessoas tem a impressão errada de você. Quando o julgamento é mentiroso, entende?
ResponderExcluirTipo, me disseram que as pessoas me vêem como "uma menina" pelo meu jeito de vestir (porque eu não ligo pra nada mesmo. Se deixar é tênis, jeans e camiseta todo dia - e eu nem sou mais assim). Não fiquei chateada, porque, bom, acho que no fundo eu sou uma menina mesmo. Uma menina inteligente pra caraca. Mas ainda assim uma menina.
Ficaria chateada se elas tirassem outras conclusões mentirosas a partir disso tb, mas essa parte aí é verdade, então, não me abalou. Fiquei meio de saco cheio porque o mundo é babaca pra caramba e liga pra uma bobagem dessas, e não é justo você ter que mudar quando o que teria que mudar era a mente das pessoas. E estou internalizando isso de outra maneira, porque se for por esse motivo aí, eu não vou mudar, não.
Mas, enfim, não me chateei porque "sou menina", porque é verdade. Mas fiquei bem ofendida quando me falaram outro dia que tinha a letra feia, porque, QUAL É????, a minha letra não é feia coisíssima nenhuma!
Então, é isso. O que me incomoda é a mentira. E ligo muito mais sobre o que as pessoas pensam de mim "por dentro" do que por fora. Porque acho que é com o que realmente me importo quando olho para as outras pessoas também.
Um dos meus objetivos na vida é me importar o mínimo possível com a opinião dos outros sobre mim. É absolutamente difícil, mas a gente precisa praticar.
ResponderExcluirHoje mesmo meu pai fez um comentário que eu retruquei na mesma hora, dizendo que ele não tinha o direito de opinar sobre a minha aparência. Mas depois fiquei com aquele comentário me incomodando o dia todo. É chato, doloroso, incômodo. Mas existem maneiras de diminuir o poder que essas opiniões exercem sobre nós.
Também é sempre possível adotar esse emoticon para a vida.
Eu entrei numa de abstrair a aparência das pessoas e, gente, funciona. A gente percebe que a coisa toda é tão irrelevante (com ressalvas, claro).
ResponderExcluirMas, Lisa, uma coisa é receber conselhos de quem gosta de você. E tem o tom em que a coisa toda é dita. Uma coisa é o "Vc já pensou em usar seu cabelo assim?". Outra coisa é quererem impor um padrão sobre você que não é o seu. Por exemplo, se dissessem que você NÃO PODE se vestir como uma menina. Acredito que você se sentiria mal.
Sua política de vida parece ser diferente. Prossiga assim :)