Eu tinha uma imagem mental fortíssima do que seria uma demissão. Ok, culpa das noites em que fiquei com a cara em chamas vendo O Aprendiz, ouvindo o João Dória acabar com a dignidade da pessoa e dizer "Você está demitido" daquele jeito tenso que poucos sabem imitar.
Bom, a minha não foi assim. Só ouvi um hesitante "Olha, não poderemos mais continuar com você" seguido de muitas desculpas e etc. Eu meio que não estava preparado pra algo assim, então reagi da única forma que sei: segurei uma vontade louca de gargalhar. Mas passou. Nem teve aquela cena constrangedora de carregar uma caixa de papelão cheia de objetos pessoais pelo corredor do escritório com todo mundo olhando sem saber o que dizer. Nem sempre a vida imita uma sitcom (o que é uma pena, viver numa sitcom é essencial).
Não foi ruim. Eu já queria sair. No final do aviso prévio ainda me ofereceram uma proposta pra continuar na empresa, mas, risos, eu não quis. Por n motivos não dava pra eu aceitar, mesmo se eu quisesse. Ou talvez foi o orgulho ou a vontade de conhecer coisas novas ou de receber uma bolada pela rescisão do contrato de trabalho de uns quatro anos (recomendo a todos). Não vou dizer que foi bom-uhull-vou-dar-uma-festa. Também não é assim. Eu queria ter um plano B em mente. E ninguém gosta de ser dispensado de nada, verdade seja dita. Nunca é bom ouvir "Você não é mais necessário. Um abraço".
Já faz mais de uma semana que eu estou em casa sem ter um emprego. Olha, é um saco. Quem acha que ficar em casa é uma colônia de férias, deveria passar uns dias na minha. O descanso/ócio não compensa. Efeitos colaterais do desemprego:
1) Eu não pego mais ônibus, logo (isso é óbvio, gente) não estou terminando de ler nem um panfleto de 200 palavras por semana. Eu PRECISO dos transportes públicos pra movimentarem minha vida de leitura. Eu sei que isso não faz o menor sentido, mas quem sou eu pra mandar no meu cérebro?
2) Parece que perdi o contato com a civilização: Não tenho mais Correios por perto, nem meu banco, nem papelarias, nem fast-foods, nem o senhor que todos os dias me vendia um bombom.
3) Agora eu tenho tempo pra tudo: Tempo pra trabalhar no TCC, tempo pra escrever todos os textos que eu quiser, tempo pra dormir e isso parece ótimo. Mas também tenho tempo pra morrer de tédio, tempo pra me estressar no Facebook, tempo pra entrar em discussãozinha besta de internet, tempo de ver que nossa família não é perfeita e, às vezes, um tanto disfuncional. Tempo pra surtar.
Resumindo: Me abrace, me dê um beijo, faça um filho comigo, mas não me deixe desempregado por mais de um domingo.
Quero agradecer a todo mundo que está caçando emprego pra mim. Vocês são melhores do que eu nisso oO
Já faz mais de uma semana que eu estou em casa sem ter um emprego. Olha, é um saco. Quem acha que ficar em casa é uma colônia de férias, deveria passar uns dias na minha. O descanso/ócio não compensa. Efeitos colaterais do desemprego:
1) Eu não pego mais ônibus, logo (isso é óbvio, gente) não estou terminando de ler nem um panfleto de 200 palavras por semana. Eu PRECISO dos transportes públicos pra movimentarem minha vida de leitura. Eu sei que isso não faz o menor sentido, mas quem sou eu pra mandar no meu cérebro?
2) Parece que perdi o contato com a civilização: Não tenho mais Correios por perto, nem meu banco, nem papelarias, nem fast-foods, nem o senhor que todos os dias me vendia um bombom.
3) Agora eu tenho tempo pra tudo: Tempo pra trabalhar no TCC, tempo pra escrever todos os textos que eu quiser, tempo pra dormir e isso parece ótimo. Mas também tenho tempo pra morrer de tédio, tempo pra me estressar no Facebook, tempo pra entrar em discussãozinha besta de internet, tempo de ver que nossa família não é perfeita e, às vezes, um tanto disfuncional. Tempo pra surtar.
Resumindo: Me abrace, me dê um beijo, faça um filho comigo, mas não me deixe desempregado por mais de um domingo.
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Quero agradecer a todo mundo que está caçando emprego pra mim. Vocês são melhores do que eu nisso oO
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Eu fico assim nas férias. Pelo menos depois que volto de viagem ou depois de umas duas semanas em casa. Não consigo ler direito, durmo demais e parece que os dias são extremamente longos. Teve um período entre um emprego e outro que fiquei uns 6 meses em casa, vivendo de seguro desemprego. Matei uns dois Final Fantasy's mas nada de ler.
ResponderExcluirQuando o desespero bater de verdade assina a Catho. Eu arrumei emprego dentro daqueles 7 dias grátis deles. Funciona.
Felipe, você está se superando a cada dia nesses textos. Eu poderia dizer pra você virar escritor ou jornalista, mas acho que isso não dá dinheiro.
ResponderExcluir"faça um filho comigo" não é uma boa ideia. Você está desempregado e filho custa caro.
ResponderExcluirHahahahahah Mas é ou o filho ou o desemprego. Vale a pena levar em consideração.
ResponderExcluirAcho que estou por quase 3 semanas com o mesmo livro e ele mal tem 400 páginas. Até que estou mantendo meu sono equilibrado, acordo sempre cedo pra não perder o pique. Tenho o TCC pra fazer, então mexo nele pela manhã.
ResponderExcluirAcho que não consigo ficar 6 meses em casa! A menos que eu invente alguma atividade pra fazer nesse tempo.
Obrigado pela dica! :)
Talvez eu escreva um best-seller nesse meu "tempo vago". Vamos acompanhar :P
ResponderExcluirLer em transporte público é tudo de bom. Leio 2 ou até 3 livros por semana. Estou de férias a 11 dias e não li nem 10 páginas. Acho que ler no ônibus é uma forma de me concentrar a tal ponto de esquecer que existem pessoas à minha volta e isso me faz bem (sim, sou um ser antissocial).
ResponderExcluirHauhauhauhauaha é, você é homem, pode fazer filho e depois pular fora... Se fosse mulher, não iria compensar nunca.
ResponderExcluirMeus momentos de parar pra ler se resumem praticamente nos transportes públicos em geral. Em casa eu tenho que forçar pra ler, estou experimentando ler assim que acordo.
ResponderExcluirUm livro dentro de um ônibus tenho algo de mágico. Ônibus lotado, engarrafamento, cansaço, gente irritada... E a gente pode trocar isso tudo por uma boa história. Salva meu dia!
Sério que você não aprecia um tempo de descanso?
ResponderExcluirTudo bem, não passei nem uma semana sem estágio e já estava procurando outro. Mas ficar um tempo sem NADA foi a melhor coisa (tirando a parte do dinheiro, mas esse problema vc n tem)
(Vc falou em TCC e... quanto mais o tempo passa parece que eu nunca vou me formar. Socorro.)
Acho que só aprecio aquele descanso entre períodos de trabalho, como aquele feriado insperado no meio da semana. Uma semana é aceitável, mais que isso é um suplício.
ResponderExcluirMeus dias também estão com a pressão do TCC, ansiedade total. Parece que estou vivendo num limbo.
AÍ SIM, HEIN!
ResponderExcluirAhhhh, o Roberto Justus que constrangia as pessoas. João Dória não é nada perto haha.
ResponderExcluirGente, férias só serve pra viajar, eu hein. Qual a graça de ficar em casa vendo Programa da Tarde? Cruzes. Nos primeiros 3 dias você sente aquela alegria libertadora 'uhuuuu, não tenho hora pra acordar, não preciso tomar banho (oi?), vou ficar de pijama' mas depois isso passa. Eu gosto de ver gente, de ver loja, de comer fora. Só não gosto de andar no sol rs.
Rapidinho chega uma coisa legal pra você, um novo desafio =)
João Dória, Felipe? Por favor, né! Se for pra ser demitido com toda pompa e circunstância, que seja pelo Roberto Justus.
ResponderExcluirFicar em casa é um saco mesmo. Fiquei de banco de horas semana passada e quase enlouqueci.
Não consegui nada nos 7 dias da Catho, mas não custa nada tentar. Ontem eles até me ligaram, implorando pra eu assinar com eles de novo, com um desconto imperdível de...20 reais. Agora é o seguinte: trate logo de cancelar no 7o dia, senão debitam a sua conta. E outra: tenha paciência na hora de cancelar. São tipo umas 10 páginas tentando convencer vc do contrário.
Boa sorte e fica de olho no vagas.com, lá tá cheio de vaga legal.
Abs!
Acredita que não peguei a época do Justus? Só assisti inteira uma edição do Aprendiz, que foi com o João Dória. E, sim, com ele eu já morria de vergonha.
ResponderExcluirAh, o vagas. Preciso me cadastrar. A verdade é que não estou procurando com afinco. Estou procrastinando (meu pretexto é o TCC)
ROBERTA! Hahahahahah
ResponderExcluirO melhor é acordar a hora que quiser. Eu até gosto do ambiente "casa", gosto de não sair. Mas tem muita gente nesse quintal e etc etc. Se fosse só eu, levava sem problemas.
Estou com a cara enfiada no TCC, nem Programa da Tarde estou vendo rs
Ei Felipe
ResponderExcluirDeve ser mesmo horrível levar um susto assim do nada, mesmo que vc não quisesse mais trabalhar lá. Bom, pelo menso ganhou a multa rescisória e não pediu para sair. :P
Eu trabalho no mesmo lugar a 10 anos, acho que nem imagino como seria sair daqui assim. O.O
Mas vc está entediado muito rápido rsrs, eu tbm odeio ficar de bobeira em casa, e incrivelmente, eu consigo ler bem menos tbm do que na minha rotina normal. Mas eu demoro mais de uma semana para ficar de saco cheio rsrs.
abs
eu nem devia ter lido isso, seu texto me fez chorar porque eu larguei um emprego ótimo só porque precisava de tempo pro TCC e porque algumas pessoas lá não gostavam de mim, mas é horrível ficar em casa.
ResponderExcluirAh, Daniele, que pena :-/
ResponderExcluirMas se isso foi necessário para o seu TCC, não tinha muito o que decidir. Eu também precisava de mais tempo no meu e esse "infortúnio" veio a calhar. Mas, realmente, ficar em casa assim não é divertido.
Peraí, mas a situação pode piorar se a mulher levar ele pro Ratinho pra fazer o teste de DNA e obrigá-lo a pagar pensão. kkkk
ResponderExcluirEsse teu comentário me lembrou uma conhecida que queria muito ter um filho (mais de 40, etc etc). Agora que já teve vive dizendo que não tem mais dinheiro pra nada. Me pergunto: o que será que ela tava pensando antes?
kkkkkkkkkk
ResponderExcluirNão era pra rir, mas...
Já está trabalhando de novo? Já terminou o TCC?